A Física Ambiental e uma leitura interdisciplinar da Natureza. Ao escrever equações que relacionam coordenadas matemáticas e coordenadas geográficas dos fenômenos naturais e dos que são criados pelos seres vivos no planeta, em um determinado intervalo de tempo e em uma determinada escala geométrica de espaço, busca apoio nas Ciências Sociais e Humanas para explicar ocorrências biológicas, químicas e físicas alicerçadas nas interações entre os movimentos do planeta Terra e a Energia Eletromagnética Solar recebida. Por exemplo, enchentes, deslizamentos de encostas, poluição de rios urbanos, chuvas extremas, ondas de calor, seca.
Evidente que há uma multidisciplinaridade nestes estudos, pois os conteúdos também são avaliados separadamente e categorizados por disciplinas de uma determinada Ciência Básica tutora de um campo do saber. Porém, a Física Ambiental, assim como a Geografia Física, pode ser entendida pela Holística de Humboldt. Alexander Von Humboldt (1769-1859), o cientista da Natureza que cunhou o termo Ambiental se baseou nos estudos de Immanuel Kant (1724–1804) e outros filósofos. Ele afirmou que como referência a "esfera das vegetações pode atuar como uma mediação das relações entre a esfera inorgânica das rochas e dos solos e a esfera humana da sociedade". Há uma base integrada do todo da superfície terrestre. Por exemplo, a hidrogeomorfologia da paisagem foi tirada da teoria da estética do poeta J. W. Goethe (1749-1832). Na sua época também foi gerada a noção de escala, que seus contemporâneos tomaram de empréstimo do J. H. Pestalozzi (1746-1827), à qual junta o romantismo da filosofia natural da identidade de F. G. Schelling (1775-1854) e forma um contexto da natureza de que uma pessoa é parte integrante da percepção dessa pertença indo do mais próximo para o mais distante". (Moreira, Ruy. O que é geografia (Primeiros Passos) (p. 19). Brasiliense. Edição do Kindle).
Ao longo da história, se observou uma dependência dos estudos ambientais com contextos sociais, econômicos, políticos e culturais de um país ou região. Então, a Física Ambiental é um ramo da Física que se estrutura em estudos coletivos. Parcerias com os seres vivos envolvidos nos fenômenos analisados agregam não linearidade e efeitos dinâmicos desses sistemas complexos que são necessários para o entendimento mais próximo de uma realidade planetária. As questões biológicas, físicas, químicas, humanas, sociais, geográficas e a movimentação dos humanos no planeta, nos últimos 150 mil anos, sempre como refugiado de extremo climático e/ou guerra entre clãs, devem ser incorporadas nesses estudos com o objetivo de contribuir na busca urgente de soluções para minimizar o impacto da crise do clima nos ecossistemas e alicerçar uma tomada de decisão pelos gestores públicos municipais nas reformulações estratégicas de sobrevivência das pessoas, animais e plantas em seus territórios.
A Física Ambiental como parte de uma Ciência do Sistema Terra pode considerar o nosso planeta como uma entidade dinâmica única da qual as partes minerais e biológicas estão estreitamente unidas. As conexões humanas e dos demais seres vivos sob a atmosfera terrestre estão interagindo com todo o sistema solar. Essas interações são responsáveis pelas construções das paisagens de acordo com as movimentações do sistema Sol-Terra-Lua, que atuam nas formações de tempo, clima, maré, uso do solo, saúde humana (dos ecossistemas), políticas governamentais e demais questões que impactam diretamente na forma como a cultura humana é processada.
O suporte à vida no planeta considera a saúde ambiental entrelaçada com o conceito de Ecossistema, que é uma comunidade biológica de organismos em um território de área definida ou em um volume de água que realiza interações entre si e com fatores inanimados, tanto físicos quanto químicos, de tudo que está ao redor. Tal modelagem ecológica é base para mapas temáticos em cartografia coletiva e essas interações podem ser entendidas pelo conceito de Sustentabilidade, que é a capacidade que o ambiente natural, que dá suporte à vida e aos sistemas econômicos, políticos e culturais, tem de sobreviver ou se adaptar indefinidamente às mudanças em condições climáticas extremas. Esse pensamento é alicerçado no fato de que existe vida na Terra há cerca de 3,8 bilhões de anos, mesmo com as ocorrências de impactos de meteoritos gigantes, eras glaciais, que duraram milhões de anos, e cinco extinções em massa.